Usado, segunda mão e antigo. Qual a utilidade?

Usado, segunda mão e antigo. Qual a utilidade?

10 de Abril, 2020 0 Por RaquelMatos

Visitar os nossos armários

Dar outra vida à nossa tralha

Dar mais espaço à nossa casa

Limpar a casa não é só pó

Limpeza é libertar

 

Todos nós em algum momento já pensámos: usar ou comprar um artigo em segunda mão!? 

Porquê, com que necessidade, mas já alguém usou isso, qual é o sentido? Tantas perguntas e todas com resposta.

Há uma vida para trás da nossa existência e os nossos pais sempre fizeram questão de dar as nossas coisas a alguém. Ouviamos falar desta pessoa ou daquela família, com alguma carência ou necessidades, e as nossas coisas iam lá parar de vez em quando. Acontcia o mesmo com os nossos brinquedos. Sempre ouvimos os nossos pais dizer que, quando já não brincássemos com alguma coisa, ia para os meninos que precisavam e não tinham. Quando temos relações familiares e de amizade mais próximas, temos sempre a tendência a pedir alguma coisa emprestada, ou mesmo a dar/trocar alguma coisa que, por alguma razão, ja não utilizamos.

 

 

A cadeira que nos relembra a infância

 
E o que quero dizer com isto?

Por exemplo, comprámos um utensílio de cozinha e não nos habituámos ou não nos ajeitámos a utilizar – vai ficar ali parado. Trocámos os móveis da sala ou do quarto e vamos enfiar os antigos na garagem ou na arrecadação. E, com isto, quero dizer que, sem nos apercebemos, a segunda mão ou segunda vida das nossas coisas, não é um problema nem assim tão fora do comum, só está mais materializada na sociedade, mais comum e com um nome, mas ainda com algum preconceito.

 

  • Quando mudamos de casa surge a ideia de limpeza geral: nova casa, tudo novo!
  • Renovar porque está obsoleto, também é uma razão válida
  • O antigo torna-se único e exclusivo. Remete-nos, muitas vezes, para momentos e memórias ou até para pessoas que nos são queridas

 

Não há que ter medo quando as coisas estão em boas condições e são doadas com boa intenção. Não há que ter vergonha de ir a feiras de velharias, à feira da ladra ou a lojas. As lojas de antiguidades são mais usuais e conceituadas nesta área e, por isso, o tema gera mais controvérsia quando se trata de comprar/vender numa feira ou a alguém particular. Não é visto como algo positivo, correcto ou de elite, por assim dizer. São situações vistas como sendo para colecção ou como algo único estando apenas disponível a pessoas com mais posses, por exemplo.

 
Não nos vamos esquecer de que os tempos mudam e as nossas necessidades também.

Na verdade, todos nós gostávamos de nos livrar de uma ou outra coisa que temos escondida num canto da nossa casa, ou em casa dos pais, numa garagem, qualquer coisa!! Procuramos cada vez o minimalismo e ao mesmo tempo uma recordação – do pai, da avó ou apenas da família. Apenas como apontamentos, nada de excesso. A realidade é que temos cada vez menos tempo para disfrutarmos das nossas próprias casas e, por isso, não precisamos de tanto, só mesmo o essencial do dia-a-dia.

Já lá vai o tempo do enxoval, de naprons, de treinos de cozinha, de atoalhados completos, até para o piriquito. (Quando mudar de casa só vou precisar dos móveis, de tanta coisa que a minha família foi juntando ao longo dos anos, sem se aperceber). Porque era tradição. E porque eram presentes, e todos queremos os nossos presentes. São memórias!

 

 

As melhores memórias são as que guardamos no coração

Com isto, porque não doar as nossas tralhas? Ou ajudar quem se quer ver livre delas? Ou ajudar no conforto de alguém